EM 1929 as edições Aillaud Bertrand anunciavam a publicação da obra mais luxuosa e artística dos últimos tempos em Portugal. Tratava-se da monumental História da Literatura Portuguesa Ilustrada publicada em fascículos sob a direcção de Albino Forjaz Sampaio.
Cada número mensal, formato 32 X25, de 32 páginas, em papel couché, custava 10$00.
Dado o número de fascículos, os três volumes, que constituíam a obra , só se completariam já na década seguinte, em 1932 – o que permitia os interessados assinarem a sua aquisição por 3 meses, meio ano ou até um ano.
Conforme publicidade da época, esta História constituiria “um precioso álbum” em que, pela primeira vez, entre nós, se reunia uma tão completa e curiosíssima documentação gráfica: biografias completas, retratos, vistas, costumes, monumentos, rostos de edições raras, manuscritos, miniaturas e fac-similes de autógrafos, em soberbas gravuras, algumas das quais Horst texte, a cores.
E divulgava-se a lista dos principais colaboradores, que era enorme, onde constavam, por exemplo, Afonso Lopes Vieira, Afonso de Dornelas, António Baião, Augusto Gil, Brito Camacho, Carlos Malheiro Dias, Gustavo de Matos Sequeira, Henrique de Campos Ferreira Lima, Henrique Lopes Mendonça, João de Barros, Joaquim de Carvalho, José de Figueiredo, Júlio Dantas, Manuel da Silva Gaio, Moses Bensabat Amzalack, Queirós Veloso e Reinaldo dos Santos.
Noventa anos passados, vale a pena comemorar esta extraordinária edição. E nós comemoramos especialmente porque, apesar de a termos naturalmente consultado muitas vezes, depois de vários anos atrás dela, conseguimos finalmente resgatá-la para a nossa biblioteca.
Como devem imaginar, na era digital, os ditos volumes impressos tipograficamente em excelente papel já subiram ao patamar das relíquias a preservar – o que não torna fácil a sua aquisição.