Como fotógrafo, realizador de cinema, cenógrafo, actor, decorador, ilustrador, caricaturista, designer, etc., Stuart Carvalhais beneficiou, em Paris, ao contrário de outros que por lá passearam bolseiros, de ter parado para olhar sensibilizado os impressionismos de Corot, Seurat e Daumier, porventura de espreitar discretamente o cubismo cézanneano e, quem sabe, os cartazes e as belas mulheres de Toulouse-Lautrec.
Não pertencendo a qualquer escola, Stuart não pode dizer-se detentor de um estilo apenas porque é diferente, porque produziu mais que todos os outros, ou porque deixou na memória de muitos o carácter e a personalidade de alguns dos seus desenhos. Pelo contrário, podemos falar dos seus vários estilos, porque, das muitas experiências que levou a cabo, é possível retirar-se a coerência indiscutível de um sem número de formas com que desenhou para o Sempre-Fixe, para a Ilustração Portuguesa, para as suas histórias aos quadradinhos, ou para muitas das capas das pautas de música que concebeu. De resto, formas que se subdividem em outras tantas maneiras de representar – umas vezes aproximando-se do impressionismo, outras passando pelo expressionismo e adiantando-se ao neo-realismo, e, quando era necessário, experimentando o cubismo.