Num longo percurso que se inicia com a introdução dos caracteres móveis em Portugal, o autor dos quatro volumes de As Artes Gráficas e a Imprensa em Portugal, viaja pela história das artes gráficas e da imprensa, tomando o livro antigo como objecto de divulgação da arte e da cultura, do gosto e das ideologias; na sequência da evolução da industrialização das artes gráficas e do intenso movimento editorial do livro e do jornal, procura no cruzamento das artes e das letras a corrente didáctica da promoção do conhecimento popular; acrescentando dados úteis para novas histórias da imprensa e da luta dos trabalhadores em Portugal, dá visibilidade a uma aristocracia operária que tem no associativismo, na democracia e no progresso civilizacional o seu principal paradigma; e numa história onde inevitavelmente se intersectam muitas histórias,
como as da tipografia, da litografia, da gravura, da encadernação, da fotografia, do desenho de imprensa, do jornalismo, da ilustração, da caricatura, mas também dos editores, dos industriais de artes gráficas, e ainda de instituições como a Imprensa Nacional ou a Associação Tipográfica Lisbonense
procura dar uma nova perspectiva da cultura em Portugal e sobretudo demonstrar que o jornalista e o designer de comunicação são os verdadeiros herdeiros do velho typographo.