NO histórico Almanach Bertrand, publicação anual cuja primeira série se manterá entre 1900 e 1971, é possível, literalmente, encontrar de tudo e ler sobre tudo. E as suas esmeradas capas ilustradas ficaram marcadas pelo traço de várias gerações de artistas.
Há dias, ao olhar para 55.º ano da sua edição, deparei-me com o facto deste volume ter sido publicado para o ano de 1954 – o meu ano.
Curioso, procurei nas suas páginas algo que tivesse a ver comigo. E encontrei!
Por exemplo, fiquei a saber que nasci em plena lua nova, a uma sexta-feira, sob o signo de vários Santos (Adriano, Eusébio, Rogério, Virgílio e Pulquéria) e de cinco eclipses, três do Sol e dois da Lua.
Revi-me ainda num poema de Natália Peres, que fala do seu Algarve como a mais bela província de Portugal, com as suas lendas, a sua magia e a sua luz doirada.
Mas, entre muitas outras coisas interessantes, cruzei-me com Aquilino Ribeiro, que tinha a bibliofilia como o passatempo preferido; que prezava no homem, o ter palavra, na mulher, o deixar-se amar, e nos amigos, a sinceridade. Aquilino que detestava a hipocrisia e que tinha aversão ao espírito de carneirada das multidões, bem como à mistificação do poder; que acreditava na divisa «Alcança quem não cansa, ou mais não pôde» e cujo ideal de felicidade dizia passar por “fazer o bem ou dar prazer ao próximo».
Em suma, foi com muito prazer que folheei este volume.
E para mim, foi um enorme gosto ter acabado de ler, não apenas a publicação acima, como também ter, assim, descoberto esta fonte de partilha de conhecimentos! 😃😘📚