Confrontado com as dificuldades em fundar uma grande imprensa em Lisboa, o governo, através do seu secretário de Estado, o então marquês de Pombal, de uma forma diferente da utilizada em Coimbra, quando decidiu «nacionalizar» a oficina tipográfica que os jesuítas mantinham desde 1710, haveria de optar por uma estratégia mais consentânea com os limites do poder do Estado: não havendo qualquer tipografia pertencente à Companhia de Jesus para confiscar e, como já foi dito, não estando o dito Estado vocacionado e preparado para a criação de uma oficina de raiz, nem disposto a perder tempo porque era necessário decidir, D. José, por alvará de 24 de Dezembro, no seu ponto número dezasseis, determina que um dos primeiros exercícios da Conferencia – constituída por um director-geral, um deputado em exercício na Junta do Commercio ou em qualquer das companhias dos estados do Grão-Pará ou Pernambuco e um administrador da futura oficina, obrigatoriamente mestre impressor – será a compra de uma tipografia particular “das melhores que poderá achar, com a qual, e com a grande quantidade de letra que se acha feita na fábrica, dará princípio a este estabelecimento”.
Na prática, o plano para a criação daquela que viria a chamar-se Impressão Regia ou Regia Officina Typographica tinha sido congeminado e imediatamente tomado a forma de lei ainda antes de se ter decidido onde e como seria instalada. Estamos, assim, perante um documento útil para o entendimento da verdadeira determinação de um monarca com uma política bem definida e intransigente nas suas opções – de resto, como a que viria a tomar três meses mais tarde, quando decretou a transferência de todos os livros impressos e existentes no Real Collegio dos Nobres para a Impressão Regia, ficando esta, no entanto, obrigada a devolver os eventuais lucros da sua venda.
Uma obra de tão enorme importância deveria ter um destaque nacional mais explícito.
Parabéns ao grande investigador e autor .
A minha Admiração.