ERA, além do mais, esta fatal dualidade do homem na sua relação com a arte que fazia de MTG um escritor de pensamento livre e descomplexado perante a hipocrisia de algumas das avaliações injustas de que foi alvo durante toda a sua vida, e até depois da sua morte, e que lhe colaram na biografia o epíteto de imoral – insinuação que, com alguma frequência, atingiu vários artistas, escritores, poetas e intelectuais da sua esfera de interesse, e facto que também já motivara Charles Baudelaire, um autor que o próprio MTG admirava e louvava por só falar do que lhe agradava, a recorrer ao referido Stendhal, para reiterar a sua sentença, admitindo que, apesar do seu “espírito impertinente, irritante, até mesmo repugnante”, se terá aproximado mais da verdade do que muitos outros.